O que ele deveria fazer? Ignorar sua desmotivação? Contar aos irmãos e correr o risco de contaminá-los com sua desmotivação?
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Marcelo, 55 anos, é um dos principais executivos de uma rede de varejo de moda fundada há quase cinquenta anos por seu pai. Marcelo juntou-se a empresa da família ainda muito jovem, quando estava terminando a faculdade. Ao longo dos anos, foi assumindo cada vez mais responsabilidades, e hoje, é considerado o homem forte por traz da gestão da rede, sendo responsável pela sua expansão nos últimos anos.
Recentemente, Marcelo me confidenciou que “perdeu o tesão” e que não sente mais a mesma vontade de continuar pelo negócio, e que não tem mais garra para continuar o processo de expansão. Foram muitos anos dedicados ao negócio, e sente que “não tem mais gás”. No entanto, ele nunca falou nada para seus irmãos tem medo que esta notícia possa vir a minar a motivação e empenho dos seus irmãos.
Marcelo atualmente divide a direção da empresa com seus irmãos mais novos: Carla e Bernardo. Carla, 52 anos, cuida da da parte de estilo e criação de coleções. Ela é considerada uma pessoa talentosa, mas com pouco interesse e habilidade em realizar “atividades administrativas” como planejamento e controle. Esta característica também se reflete em suas finanças pessoais, “eu emito os cheques e alguem paga”, como ela mesmo afirma. Bernardo, 50 anos, é responsável por compras e vendas. Tem uma grande capacidade de se relacionar com as pessoas, porém muitos não acreditam que tenha a determinação e disciplina para assumir o comando da empresa e levá-la a um novo patamar de competitividade.
O mercado de varejo de moda está passando por uma grande transformação. Alguns dos players tradicionais, frequentemente, familiares, foram vendidos para fundos de participação – private equity – e estão sendo administrados de maneira mais profissional e com planos de expansão bastante agressivos, impulsionados pela injeção de capital que estão recebendo.
Ao mesmo tempo, a família sempre teve muito orgulho de ser proprietária da empresa, e nunca se cogitou a possibilidade de vender a empresa. A 3ª geração, ainda é muito jovem, e não teria condições de assumir posições de liderança nos próximos 10 anos.
O que Marcelo deveria fazer? Ignorar sua desmotivação? Contar aos irmãos e correr o risco de contaminá-los com sua desmotivação?

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